Retrospectiva 2016: fatos, pessoas e tópicos que marcaram o ano

Flipboard Brasil Blog / dezembro 6, 2016

Ex-presidente Dilma Rousseff durante pronunciamento na cerimônia de abertura da Conferência Nacional de Políticas para Mulheres em Brasília, 10 de maio de 2016. REUTERS/Ueslei Marcelino/ TPX IMAGES OF THE DAY

Dilma Rousseff durante pronunciamento na cerimônia de abertura da Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, Brasília, 10 de maio de 2016. REUTERS/Ueslei Marcelino/ TPX IMAGES OF THE DAY

2016 foi intenso no Brasil. A reviravolta na política, empurrada pela operação Lava Jato, fez desse o ano do segundo impeachment da jovem democracia do país. Foi o ano de mandatos cassados e de prisões de empresários bilionários e políticos destacados, como Eduardo Cunha. Foi o ano em que a crise econômica se aprofundou e os brasileiros mostraram que movimentos e manifestações de rua podem, sim, mudar o rumo da história.

Eleita para o segundo mandato em 2013, Dilma Rousseff começou o ano ameaçada no cargo. O mau desempenho econômico de seu governo, a falta de apoio da base aliada e as manifestações populares acelerarem sua queda. Em abril, a Câmara dos Deputados aproveitou para fazer da aprovação do processo de impeachment um palanque para discursos inflamados. Dias depois, o Senado confirmou a decisão da Câmara e colocou Temer interinamente no poder até o fim de agosto, quando o presidente assumiu definitivamente.

A crise política atrasou ainda mais a adoção de medidas para conter a retração da economia. O novo responsável por estancar o sangramento foi Henrique Meirelles, que assumiu o Ministério da Fazenda pregando a diminuição da dívida pública sem aumento de impostos. Porém, ao contrário do que esperavam os milhares que foram às ruas para pedir a saída de Dilma, Temer e sua equipe não só não foram capazes de reverter a crise como deram margem para polêmicas que abalaram ainda mais sua popularidade. O presidente encerra o ano com 14% de aprovação e sem seis de seus ministros, que foram afastados ou saíram em meio a escândalos diversos.

Se na política o cenário foi constrangedor em muitos aspectos, nos Jogos Olímpicos, quando todos esperavam o caos, o resultado foi exatamente o contrário. Os 16 dias de competições em agosto foram um respiro, uma espécie de fuga para os brasileiros, que puderam relaxar um pouco e sentir orgulho de receber a maior competição esportiva do mundo sem maiores incidentes. O Brasil fez bonito já na abertura e o show continuou coroando novos heróis e revelando vilões, como a equipe de natação dos EUA, que mentiu publicamente para tentar esconder uma noite de farra no Rio de Janeiro. O zika vírus também foi controlado durante e depois dos Jogos, apesar de o número de infecções no país ter chegado a 174 mil até agosto.

O Brasil terminou em 13º no quadro de medalhas, mas teve boas surpresas. O primeiro ouro do país foi de Rafaela Silva, atleta nascida na Cidade de Deus. O canoísta Isaquías Queiróz tornou-se o maior medalhista brasileiro em uma única edição dos Jogos. E o futebol masculino finalmente conquistou o inédito ouro olímpico.

Encerrada a Olimpíada, algumas surpresas chamaram a atenção nas eleições municipais por aqui, mas nada se comparou ao que aconteceu na disputa pela presidência nos EUA. Contrariando todas as previsões, Donald Trump venceu Hillary Clinton apostando em um discurso de ódio e intolerância que deixou governos, mercados e empresas do mundo todo em sinal de alerta.

A Apple, por exemplo, temia que Trump dificultasse sua operação na China, país onde produz grande parte de seus aparelhos. Se a preocupação da empresa de Tim Cook era com o novo governante, uma de suas maiores concorrentes também viveu tempos de incerteza em 2016, mas não por causa de Trump. A Samsung lançou em agosto o celular Galaxy Note 7 e suspendeu a produção do telefone em outubro, depois que vários aparelhos explodiram. O prejuízo foi de aproximadamente 3 bilhões de dólares.

A Nintendo, por outro lado, sorriu à toa com o nascimento do fenômeno Pokemon Go, a maior febre de 2016. Tranquila e favorável foi também a vida de outro fenômeno deste ano: MC Bin Laden, autor do maior hit do ano no Brasil, teve a fama acelerada pelos clipes que colocou no YouTube. A rede social de vídeos, aliás, catapultou a carreira de jovens como Kéfera, Cristian Figueiredo e Windersson Nunes para fora da internet.

Olhando para trás, dá para dizer, sem sombra de dúvida, que 2016 foi muito intenso. Nos despedimos de Muhammad Ali, Fidel Castro, David Bowie, Prince, Leonard Cohen, Elke Maravilha, Cauby Peixoto e Domingos Montagner, entre tantos outros. E foi outra despedida que talvez tenha deixado a marca mais profunda no ano. O acidente com o avião da Chapecoense, que viajava para Medellín para a disputa da final da Copa Sul-Americana, deixou 71 vítimas e seis feridos. As manifestações de carinho no mundo todo ajudaram as famílias a passar pelo choque do primeiro momento e marcaram para sempre na história do esporte os nomes de todos os que perderam a vida no acidente.

2016 tratou de transformar a separação de Bonner e Fátima Bernardes em algo pequeno diante de tantos outros fatos notáveis. Foi um ano de mudanças, que preparou o terreno para dias, digamos, diferentes em 2017. Serão melhores? Piores? Bom, diante de tantas novidades e incertezas, nada mais adequado do que usar a inesquecível linha de raciocínio de Glória Pires durante a premiação do Oscar: Não sou capaz de opinar.

Gustavo está lendo Natal e Réveillon 2017

BAIXE O FLIPBOARD: iOS / ANDROID / WINDOWS / WEB

SIGA-NOS:

FLIPBOARD / TWITTER / INSTAGRAM / FACEBOOK / GOOGLE+ / TUMBLR / YOUTUBE / SOUNDCLOUD / PINTEREST / MEDIUM