Bate-papo com Carol Moré: curadora do Follow the Colours
Flipboard Brasil Blog / Fevereiro 3, 2015
Carol Moré é publicitária e curadora do Follow the Colours, site que traz conteúdo informativo e criativo sobre arte, design, cultura, decoração, gastronomia e viagens. Depois de trabalhar por quase 10 anos com Planejamento e Estratégias de Comunicação e Mídias Sociais, Carol resolveu largar a vida de agência para dedicar-se inteiramente ao FTC e curadoria de conteúdos. Apaixonada por cores e design, Carol possui a curiosidade, persistência e bom gosto necessários para pesquisar, filtrar e levar aos seus leitores o que há de mais legal e inovador no mundo digital.
Como foi abandonar a carreira de publicitária e se dedicar somente ao projeto do Follow the Colours?
Não foi e nem é fácil, como imaginam. A gente se acostuma com uma rotina de agência e quando sai, ainda tem medo da instabilidade e da falta de um emprego seguro. Tudo tem seus prós e contras, mas fazer o que a gente gosta, apesar de parecer um clichê, é extremamente satisfatório e compensador.
Como você define o Follow the Colours? O que o diferencia dos outros blogs de design e artes?
O FTC é um site que traz conteúdo informativo e criativo sobre arte, design, cultura, decoração, tecnologia, gastronomia e viagens.
Acredito que o que o diferencia de outros blogs é a curadoria, a transparência com os leitores, uma linguagem única, além de um conteúdo informativo. As pessoas hoje querem saber mais e querem receber a informação de forma divertida. E é isso que oferecemos.
De onde veio essa relação com as cores? Você tem alguma cor preferida ou uma cor que não goste?
Desde criança eu sou fascinada pelas cores. Reparo sempre em embalagens, roupas ou objetos coloridos. Gosto de praticamente todos os tons e tenho fases. Uma hora me apaixono pelo azul, depois pelo laranja. É engraçado, mas é bem isso.
Ultimamente estou gostando bastante do amarelo e do verde. Não gosto muito do vermelho, mas tenho aprendido a olhar as suas qualidades. Acho que o marrom não me agrada muito.
Você também escreve para o blog das Tintas Coral e da Shutterstock Brasil, empresas que possuem parceria com o Follow the Colours. Fale um pouco sobre o seu trabalho com branded content. Você mantém estratégias e estilos diferentes para cada um desses projetos?
Eu sempre acreditei muito na força do conteúdo para marcas e blogs e especialmente na estratégia do branded content. Quando existe esse tipo de parceria, há várias reuniões e muita conversa para determinarmos os assuntos que vão ser falados, a linguagem ideal para cada público, como também o estilo de posts a serem publicados. Basicamente, cada marca possui a sua estratégia e o trabalho é sempre realizado em conjunto com a agência e o marketing. Acredito que os posts sempre têm que ter a cara da empresa, mas sem perder a essência e o estilo da minha escrita.
Como você faz para se manter atualizada e buscar conteúdos interessantes?
Me inspiro bastante em outros blogs e sites, estou sempre à procura de mais e mais informação. Fora da internet, costumo me inspirar com viagens, livros, cinema, músicas e pessoas. Estou sempre observando o comportamento das pessoas.
O Follow the Colours traz bastante conteúdo sobre a arte da tatuagem. Você tem alguma tatuagem ou possui interesse particular no assunto?
Sim, bastante. Eu tenho 6 tatuagens, mas são todas pequenas, apenas uma que é maior. Eu vejo hoje o assunto como uma forma de arte. Existem os tatuadores que apenas reproduzem uma imagem na pele das pessoas, e existem os artistas, que têm seu próprio estilo e criam verdadeiras obras de arte únicas na pele de seus clientes.
A influência de blogs e sites como meios de informação tem crescido bastante nos últimos anos. Entretanto, algumas pessoas acreditam que blogueiros não fazem um jornalismo sério e usam a web apenas como um lugar para expressar suas opiniões. O que você pensa a respeito disso?
Querendo ou não, estamos fazendo um trabalho jornalístico e sendo formadores de opinião. Porém, algumas pessoas ainda são irresponsáveis em relação a isso. Acredito que ter respeito e transparência com os leitores é primordial. É aquele negócio: os blogs ruins são necessários para os bons valerem a pena e vice-versa.
Qual tipo de arte mais lhe inspira?
Todo tipo de arte me inspira. A arte para mim está muito mais nos olhos do quem vê. Se eu pego uma bola e dou para 2 pessoas diferentes, o que acontece? Para uma, aquilo pode ser apenas uma bola. Para outra, como Yayoi Kusama por exemplo, é uma obsessão que vai ser transformada em arte.
Gosto bastante de street art e de arte contemporânea e moderna.
Na sua opinião, a revolução digital está mudando a forma como apreciamos e consumimos arte e design?
Sim e muito. Hoje temos tudo muito fácil e rápido. Por um lado é ótimo poder ter toda a informação do mundo a apenas um clique. Por outro, acho que muita gente acaba consumindo o assunto de forma superficial. Tem gente que vai ao museu, por exemplo, e se preocupa muito mais em tirar uma foto para o Instagram, para dizer que estava ali, do que realmente tentar inspirar-se com o que está vendo. Enfim, uma longa discussão, que como tudo na vida, tem os dois lados.
Confira Inspirações, a revista Flipboard da Carol Moré.
~CarolF está lendo “Petiscos”
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